Namasté: a saudação especial do Yoga

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Yoga é uma prática física, mental e espiritual que se originou na Índia e tem uma tradição muito antiga. “Yoga” é uma palavra sânscrita e significa unidade. A unidade entre o corpo e a mente, entre a consciência e Deus, entre o visível e o invisível, é tão profunda sua filosofia.

No seu livro “Light on Yoga” BKS Iyengar, um dos melhores professores que tem esta sublime prática, explica “A viagem do yoga guia-nos desde a nossa periferia, o corpo, até ao centro do nosso ser, a alma” e “O meu O trabalho da vida tem sido mostrar como, mesmo de origens humildes, este é um caminho que pode levar o praticante dedicado à integração de corpo, mente e alma.”

namastê

Entre os diversos universos sagrados, há um gesto que se destaca sobretudo pelo seu uso massivo no Oriente e atualmente em ascensão também no Ocidente: é o mudra que acompanha a palavra Namasté.

Esta forma particular de saudação unindo as palmas das mãos ao nível do coração é uma reverência que é usada diariamente na Índia e no Nepal para saudar o outro em seu aspecto mais profundo e invisível: saudar a divindade oculta na matéria.

Ao longo do tempo no planeta, a humanidade criou gestos de caráter universal quase que intuitivamente. Esses gestos se comunicavam antes mesmo do desenvolvimento da fala. A comunicação não verbal é a mais simples e natural.

Como espécie sabemos muito sobre o que se faz com as mãos e isso tem um significado profundo que vai além das palavras e que em geral quando queremos descrevê-las precisamos de uma longa lista de frases.

Esses movimentos com as mãos e os dedos expressam tudo: um pacto, um acordo, amor e paixão por vinganças, raivas ou formas de protesto.

Mas o que acontece quando o que você quer expressar fala do invisível. Quando os desenhos feitos pelos dedos no ar não expressam o que uma pessoa tem para comunicar a outra, mas expressam um desejo profundo de comunicação com o seu próprio interior, nascem os Mudras, que é o nome dado aos gestos sagrados habituais em a prática do Yoga, disciplina que vem sendo praticada há quase 5.000 anos.

O conceito dentro do Mudra é que uma das partes que se comunica é o espírito, é o próprio Deus, interno ou externo, conectando-se com a pessoa através do contato das pontas dos dedos, as palmas das mãos.

Esses movimentos criados pelas diferentes posições de união entre os dedos das mãos são intensamente utilizados em antigas práticas espirituais, para ativar energias ou propósitos da alma.

Habitualmente em muitas partes do mundo e no âmbito religioso e de oração existe este gesto de juntar as duas palmas à altura do peito, que naturalmente tem sido utilizado como sinal de comunhão. É nesse encontro das duas palmeiras que o divino e o intangível se une ao tangível terreno.

Uma união sagrada que representa todos os tipos possíveis de comunhão e em seu vínculo forma uma porta aberta para as muitas possibilidades de diálogo entre o homem e a divindade.

Voltando ao yoga, para esta oração mudra que recebe o nome original de Pranam Mudra, a palavra de uso comum que acompanha o gesto é Namasté, acrescentando linguagem corporal e fala, dando uma força especial quase cerimonial ao ato em si.

palavra de origem divina

Se analisarmos a palavra, Namasté é uma palavra do sânscrito, uma antiga língua sagrada e muito complexa, que poderia ser traduzida em duas partes: “Namas” que vem de Namaha significa “cumprir, reverenciar ou adorar” e “te” que significa “você”: isto é, eu te saúdo, eu te reverencio, eu te honro ou eu te adoro. Claro, o termo está se referindo à parte divina do ser que está sendo saudado.

É por isso que podemos traduzi-lo como: “O divino em mim saúda o divino em você”, ou “meu espírito saúda e honra o seu”, ou “o melhor de mim saúda o melhor de você”.

Na Índia, Nepal, em ambientes hindus ou budistas é usado diariamente para cumprimentar, dizer olá ou dizer adeus. Embora também seja muito usado para agradecer, um movimento simples que significa: obrigado, honro sua presença e percebo sua divindade.

A forma mais abundante é sempre usada juntando as mãos na altura do peito no chacra cardíaco enquanto se inclina levemente a cabeça e estreita os olhos, criando assim uma conexão completa com o outro.

Para o hinduísmo, a ação de juntar as palmas tem um significado simbólico entre aquele que reza, cuja mão é representada pela palma esquerda, e a divindade, cuja sola do pé é representada pela mão direita. Assim, o infinito e o finito se fundem em um abraço. Outras vezes, mais comumente no budismo, esse gesto é feito entre as sobrancelhas, neste caso você quer demonstrar ainda mais respeito.

Independentemente de como essa palavra seja traduzida, usar Namasté como saudação permite que as pessoas se conectem respeitosamente além dos egos, honrando a existência do outro a partir do melhor que temos. É uma forma de reconhecer o que nos une sobre nossas diferenças. Vemos na outra pessoa um ser espiritual e valioso, e estamos dispostos a mostrar respeito e honra.

Reconhecer no outro a centelha da divindade que une invisivelmente todos os seres, nos permite também reconhecê-la em nós mesmos e nos possibilita fazer uma conexão a partir de um lugar genuíno e infinito.

 

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