“Se você quer saber como é o estado de consciência de uma nação, então você deve conhecer suas mulheres“, foi o que disse Yogi Bhajan, um dos professores que promoveram o Kundalini Yoga no Ocidente. Nam Nidhan Khalsa, sua pupila, abraça a mesma convicção há mais de 20 anos.
“Na nossa cultura (ocidental), infelizmente, relacionamos o ser mulher com ser sexy, o que deixa a maioria das mulheres muito inseguras. E infelizmente, quando a mulher está insegura, toda a humanidade está.
É importante ajudar as mulheres a se desenvolverem porque isso significa o crescimento de toda a sociedade”, explica Nam Nidhan, que também é fundadora da Fundação Mulher de Luz, uma organização sem fins lucrativos que promove a prática do Kundalini yoga em Santiago do Chile, de forma gratuita e sem financiamento estatal, em setores vulneráveis da sociedade.
A fundação nasceu como uma organização que utiliza as ferramentas de Kundalini yoga e meditação para ajudar a melhorar a saúde mental, física e emocional das mulheres, entendendo-as como o pilar da sociedade.
Somos as formadoras do caráter da identidade de cada ser humano e nosso estado emocional, consciência, sistema nervoso e energia afetam diretamente todos ao nosso redor, principalmente as crianças.
Há cerca de 40 anos, os papéis que as mulheres desempenham são muito variados. “Temos muita capacidade cerebral para lidar com várias coisas ao mesmo tempo, mas a maioria está em colapso e isso afeta diretamente as pessoas que estão por perto”, explica Nam Nidhan.
A prática do kundalini yoga recarrega nossas energias porque induz o cérebro a secretar neurotransmissores que trazem bem-estar. “Ele age como se fosse uma droga”, diz ela, só que isso é produzido por nós mesmos.
Com apenas 15 minutos de prática no tapete de yoga, por dia, é suficiente para mudar o funcionamento do cérebro, modificar a voltagem do seu sistema nervoso e transformar o funcionamento das suas glândulas.
Isso lhe trará equilíbrio e estabilidade. A mulher hoje mais do que nunca precisa ter ferramentas para se equilibrar em relação a si mesma e definir quem ela é, porque se não tiver uma base sólida, facilmente vacila diante dos golpes da vida.
Como avançar no fortalecimento do conhecimento feminino? Se você estudar história e entender qual é a educação que recebemos para ser mulheres, você encontra um conhecimento sutil que passa de geração em geração. Depois disso pode-se ver muita dor, raiva e vitimização.
O sofrimento das mulheres remonta a 6.000 anos; em todo o mundo fomos exploradas e colocadas à venda, e isso ficou como um estigma do inconsciente coletivo, então hoje não sabemos como encontrar nossa força.
Hoje a publicidade e o sistema em que vivemos de certa forma usa a mulher para vender produtos e ela se perde nesse jogo de mercado, sem descobrir quem ela realmente é. Meditação e Kundalini yoga, então, são caminhos poderosos para o autoconhecimento.
Kundalini Yoga Online direto de Santiago – Chile.
Na Fundação Mulher de Luz, são ministrados cursos de yoga pagos, de forma presencial e online. Com os recursos arrecadados, são financiadas aulas de yoga que são ministradas em setores vulneráveis do país.
Mais informações em http://www.mujerdeluz.org ou em www.narayanyoga.cl
Além disso, a Mulher de Luz tem convênio com o Serviço Nacional da Mulher, fundação chilena que apoia (sem receber dinheiro em troca) os programas que a entidade estatal oferece para vítimas de violência doméstica, mulheres solteiras e adolescentes grávidas.
Atualmente atuam em 9 países da América Latina, Espanha e China. “Na Colômbia, por exemplo, trabalhamos um programa com mulheres que foram abusadas sexualmente pelos guerrilheiros, ensinamos a meditar porque através dessa técnica desenvolvem sua autoestima e amor ao próximo e assim curam o trauma. Yoga tem muito a ver com ajudar a curar traumas em nível físico, liberando o sistema nervoso”, diz Nam Nidhan.
Referências: http://www.mujerdeluz.org